sexta-feira, 23 de novembro de 2012


As Funções dos Sintagmas: Período Simples II

Olá!
Como prometido, hoje visualizaremos algumas das funções desempenhas por específicos sintagmas através de diagramas arbóreos:






















As Funções dos Sintagmas: Período Simples

Olá, pessoal!


Após termos estudado cada um dos sintagmas e suas especificidades partiremos agora para a análise das funções que estes desempenham nas orações. Estudaremos, a principio, apenas os períodos simples, constituídos de somente uma oração.

Como já dissemos anteriormente a oração é constituída de SN+SV, podendo, às vezes não ser lexicalizada a posição SN.

Sautchuk (2004) enfatiza a facilidade de se tomar o verbo como núcleo da oração e identificar o que vem antes dele como o SN (ou sujeito) e o que vem a partir dele como o SV (ou predicado).
Ainda segundo esta autora, as orações em português se organizam mediante uma disposição dos sintagmas que obedecem a um padrão de construção, que chama-se padrão sintático de construção:

                      SVC
S= sujeito/ V= verbo/ C=complemento.

Vejamos como se configura cada uma dessas posições.


Sujeito
Conforme aponta Sautchuk (2004) o que define o sujeito da oração é fato de ele ser sempre de base substantiva, representado por um sintagma nominal autônomo (diferenciando-se assim, do objeto direto que será sempre sintagma interno) e que geralmente ocupa a primeira posição do SVC. O sujeito também é o único termo que pode ser substituído por um pronome reto.

Ex: Muitas crianças atrapalham os pais
Elas atrapalham os pais.


Caíram do varal as roupas estendidas
Elas caíram do varal


Predicado
O estudo da predicação diz respeito à forma como “se comporta o movimento semântico dos verbos, quando têm carga de sentido que se concentra em si mesmos ou que se dirige, necessariamente, para um ou mais de um complemento obrigatório” (Sautchuk, 2004, pág. 68).

Há alguns verbos em português que não possuem carga semântica alguma, apenas ligam os termos da oração. Estes verbos são chamados copulativos (ou cópula) e equivalem àqueles denominados pela gramática tradicional verbos de ligação (VL). Como não carregam sentido em si, necessitam de complemento obrigatório e o termo que vem complementar-lhe é o predicativo do sujeito (PS). No entanto, o predicativo do sujeito pode vir a ser complemento acessório de verbos significativos, complementando obrigatoriamente apenas os verbos copulativos.

O predicativo do sujeito é sempre representado por um sintagma autônomo e é de natureza adjetiva embora possa ser representado por um SN ou SP além do SA.

Vejamos alguns exemplos:

Maria está doente.
           VL     PS

Aquela linda garotinha brincava feliz.
                                   VI          PS

Verbos intransitivos possuem sentido completo, ou seja, não necessitam que outro termo venha complementar-lhe. A posição C, do SVC, neste caso, pode ficar vazia trazer um complemento acessório.

A lua brilhava.
            VI

As estrelas brilhavam lindamente.
                      VI

Há também os verbos transitivos que possuem parcialmente o sentido em si mesmo e por isso necessitam de complementos obrigatórios que venham completar-lhe.
Os verbos transitivos diretos (VTD) são complementados por objetos diretos (OD) - não regidos por preposição. Estes são representados por SN’s internos.

Roberto amava sua mãe.
             VTD        OD


Já os verbos transitivos indiretos VTI são complementados por termos regidos por preposição, os objetos indiretos (OI). Estes são representados por sintagmas preposicionados.
Há ainda verbos que exigem tanto um OD quanto OI como complementos, são os chamados verbos bitransitivos (VTDI).


Ataxerchers gosta de sua irmã.
                   VTI           OI

Gabriela derrubou o leite no chão.
                VTDI      OD       OI


Existem ainda muitas outras posições na oração ocupadas por sintagmas específicos, mas nos deteremos aqui, uma vez que nosso objetivo e apenas apresentar a forma de análise

No próximo post traremos alguns exemplos das funções desempenhadas pelos visualizados através de diagramas arbóreos.
Até lá!

Sintagmas autônomos e internos


Olá, pessoal!

Hoje veremos algumas qualidades dos sintagmas que serão essenciais para analisarmos mais tarde suas funções dentro da oração. Essas qualidades dizem respeito ao foto de serem os sintagmas autônomos ou internos (dependentes). Como já se pôde observar (principalmente a partir da visualização dos diagramas arbóreos) há sintagmas “maiores” dentro de sintagmas “menores”. Vejamos:







Os Sintagmas autônomos tem seu sentido completo e movimentam-se à vontade na oração. Tomando o SN e o SV que constituem a oração deste exemplo podemos observar sua autonomia:

O meu querido irmão mora na rua de baixo.
              SN                    SV

Mora na rua de baixo o meu querido irmão.
           SV                               SN

Dentro do SV Mora na rua de baixo, há o SP interno Na rua de baixo e dentro deste outro SP interno: de baixo. Os sintagmas internos estão sempre presos à palavras dos sintagmas anteriores.

No próximo post analisaremos as funções específicas que assumem cada sintagma dentro da oração.
Até mais!


Referências
SAUTCHUK, Inez. Prática de Morfossintaxe: Como e por que aprender análise (morfo)sintática. 1º Ed. Barueri: Manole, 2004.

domingo, 18 de novembro de 2012

TRABALHANDO EM SALA DE AULA II

Boa tarde Galera!


Agora que já trabalhamos as classes abertas e fechadas de acordo com os três critérios: Semântico, Morfológico e Sintático, que tal trabalharmos com os alunos, levando em sala de aula, textos que contém diversas classes de palavras funcionando em outras classes. Um ótimo material para trabalhar com os alunos são os textos do Luís Fernando Veríssimo. Além de serem textos divertidos, são muito ricos nestes aspectos.Abaixo, temos um exemplo de texto do Fernando Veríssimo que seria ótimo trabalharmos com os alunos.


Chegou o verão!

Verão também é sinônimo de pouca roupa e muito chifre, pouca cintura
e muita gordura, pouco trabalho e muita micose.

Verão é picolé de Kisuco no palito reciclado, é milho cozido na água
da torneira, é coco verde aberto pra comer a gosminha branca.

Verão é prisão de ventre de uma semana e pé inchado que não entra no
tênis.

Mas o principal ponto do verão é.... A praia!

Ah, como é bela a praia.

Os cachorros fazem cocô e as crianças pegam pra fazer coleção.

Os casais jogam frescobol e acertam a bolinha na cabeça das véias.

Os jovens de jet ski atropelam os surfistas, que por sua vez, miram a
prancha pra abrir a cabeça dos banhistas.

O melhor programa pra quem vai à praia é chegar bem cedo, antes do
sorveteiro, quando o sol ainda está fraco e as famílias estão
chegando.

Muito bonito ver aquelas pessoas carregando vinte cadeiras, três
geladeiras de isopor, cinco guarda-sóis, raquete, frango, farofa,
toalha, bola, balde, chapéu e prancha, acreditando que estão de
férias.

Em menos de cinquenta minutos, todos já estão instalados, besuntados
e prontos pra enterrar a avó na areia.

E as crianças? Ah, que gracinhas! Os bebês chorando de desidratação,
as crianças pequenas se socando por uma conchinha do mar, os
adolescentes ouvindo walkman enquanto dormem.

As mulheres também têm muita diversão na praia, como buscar o filho
afogado e caminhar vinte quilômetros pra encontrar o outro pé do
chinelo.

Já os homens ficam com as tarefas mais chatas, como furar a areia pra
fincar o cabo do guarda-sol.

É mais fácil achar petróleo do que conseguir fazer o guarda-sol ficar
em pé.

Mas tudo isso não conta, diante da alegria, da felicidade, da
maravilha que é entrar no mar!

Aquela água tão cristalina, que dá pra ver os cardumes de latinha de
cerveja no fundo.

Aquela sensação de boiar na salmoura como um pepino em conserva.

Depois de um belo banho de mar, com o rego cheio de sal e a periquita
cheia de areia, vem àquela vontade de fritar na chapa.

A gente abre a esteira velha, com o cheiro de velório de bode, bota o
chapéu, os óculos escuros e puxa um ronco bacaninha.

Isso é paz, isso é amor, isso é o absurdo do calor!!!!!

Mas, claro, tudo tem seu lado bom.

E à noite o sol vai embora.

Todo mundo volta pra casa tostado e vermelho como mortadela, toma
banho e deixa o sabonete cheio de areia pro próximo.

O shampoo acaba e a gente acaba lavando a cabeça com qualquer coisa,
desde creme de barbear até desinfetante de privada.

As toalhas, com aquele cheirinho de mofo que só a casa da praia
oferece.

Aí, uma bela macarronada pra entupir o bucho e uma dormidinha na rede
pra adquirir um bom torcicolo e ralar as costas queimadas.

O dia termina com uma boa rodada de tranca e uma briga em família.

Todo mundo vai dormir bêbado e emburrado, babando na fronha e
torcendo, pra que na manhã seguinte, faça aquele sol e todo mundo
possa se encontrar no mesmo inferno tropical...


Num primeiro momento, pediríamos que trabalhassem em grupo e que achassem adjetivos no texto, funcionando como sujeito ou adjetivo modificando/intensificando o verbo, sujeito, adverbio e o próprio adjetivo. Após os alunos identificarem, podemos pegar as frases em que eles identificaram e montarmos a árvore arbórea, assim eles terão uma visualização mais clara do conteúdo. Em relação aos verbos, poderíamos trabalhar com os alunos, num primeiro momento explicando para eles o que é "Cópula", imprimindo também uma lista com todos os verbos que são classificados como Cópula, e também mostrando o porquê esses verbos recebem essa classificação. Outro assunto interessante para trabalharmos com os alunos antes das construções das arvores, seriam os verbos pronominais. Agora que eles já conhecem sobre os verbos, podemos iniciar os exercícios para que testem o conhecimento sobre o verbo.

# Para facilitar ao aluno na construção da árvore, os professores poderiam sugerir que eles separassem as frases em sintagmas e classificassem todas as palavras. Depois que já tivesse feito essa divisão das palavras, eles poderiam construir suas árvores com mais convicção.

' Agora que já trabalhamos com os alunos os sintagmas, tendo um bom conteúdo para aplicarmos as provas. Seria interessante que eles lessem o livro abaixo, assim terão uma base teórica para reforçar seus conhecimentos e que possivelmente, o professor cobrará na prova. São textos claros para iniciantes que também possam tirar suas dúvidas sobre as arvores e as suas construções.

(SILVA, M. Cecília P. de Souza e KOCH, Ingedore Villaça. Linguística Aplicada ao Português; Morfologia.
São Paulo: Cortez, 1987)


Até mais Pessoal!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

FICA A DICA IV

Gente, aqui vai uma dica bem legal!




Escreva no youtube: PALAVRA PUXA PALAVRA.


Você terá acesso a inúmeros vídeos educativos. São vídeos de rápida duração com explicações de conteúdos de forma bem criativa. A professora idealizadora desse projeto está de parabéns juntamente com sua equipe (MultiRio). São muitos os temas: CONTOS, FIGURAS DE LINGUAGEM, CRÔNICA, GÊNEROS TEXTUAIS, CONCORDÂNCIA NOMINAL, entre outos.





Vale a apena conferir!






FICA A DICA III

Olá galerinha, estamos aqui para mais uma dica. Hoje trataremos do assunto já abordado numa postagem anterior: SINTAGMA ADJETIVAL. Nas frases, esse sintagma pode assumir a função de adjunto adnominal, predicativo ou complemento nominal, e tem como núcleo um ADJETIVO. Exemplo:

O alegre encontro começou à tarde. (sintagma adjetival com função sintática de adjuneto adnominal)
A professora é linda e elegante. (sintagma adjetival com função sintática de predicativo)

O quê? Até entendeu o que é um sintagma adjetival, mas não sabe identificar adjetivos nas frases?

Abaixo vai dois jogos online sobre adjetivos para refrescar a mente.




Com o aumento das tecnologias, precisamos ficar espertos e usá-las ao nosso favor. Muitos jogos educativos já foram lançados e outros ainda estão por vir. Sempre procure jogos do conteúdo que está estudando na internet. É uma forma divertida, inteligente e descontraida de aprender.


Até a próxima!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012


Os Sintagmas Adjetival e Verbal

Olá!

            Continuando nossas reflexões em morfossintaxe, apresentaremos agora o SA (Sintagma Adjetivo) e o SV (Sintagma Verbal).


Sintagma Adjetival

            O Sintagma Adjetival (SA) tem como elemento base um adjetivo e pode ser precedido por intensificadores e/ou sucedido por modificadores do tipo SP. O próprio SA tem, também, função modificadora.






Sintagma Verbal

            O Sintagma Verbal tem o verbo ou a cópula (verbos de ligação) como núcleo e a estes podem acrescentar-se SN, SA e/ou SP.






Dos sintagmas analisados, aqueles que têm o papel de constituintes obrigatórios da oração são o Sintagma Nominal e o Sintagma Verbal. Dito isso, toda a oração deverá sempre conter SN e SV, mesmo que em alguns casos o SN não esteja lexicalizado, como no exemplo abaixo:





E por hoje é só,

Abraços!