sexta-feira, 23 de novembro de 2012


As Funções dos Sintagmas: Período Simples II

Olá!
Como prometido, hoje visualizaremos algumas das funções desempenhas por específicos sintagmas através de diagramas arbóreos:






















As Funções dos Sintagmas: Período Simples

Olá, pessoal!


Após termos estudado cada um dos sintagmas e suas especificidades partiremos agora para a análise das funções que estes desempenham nas orações. Estudaremos, a principio, apenas os períodos simples, constituídos de somente uma oração.

Como já dissemos anteriormente a oração é constituída de SN+SV, podendo, às vezes não ser lexicalizada a posição SN.

Sautchuk (2004) enfatiza a facilidade de se tomar o verbo como núcleo da oração e identificar o que vem antes dele como o SN (ou sujeito) e o que vem a partir dele como o SV (ou predicado).
Ainda segundo esta autora, as orações em português se organizam mediante uma disposição dos sintagmas que obedecem a um padrão de construção, que chama-se padrão sintático de construção:

                      SVC
S= sujeito/ V= verbo/ C=complemento.

Vejamos como se configura cada uma dessas posições.


Sujeito
Conforme aponta Sautchuk (2004) o que define o sujeito da oração é fato de ele ser sempre de base substantiva, representado por um sintagma nominal autônomo (diferenciando-se assim, do objeto direto que será sempre sintagma interno) e que geralmente ocupa a primeira posição do SVC. O sujeito também é o único termo que pode ser substituído por um pronome reto.

Ex: Muitas crianças atrapalham os pais
Elas atrapalham os pais.


Caíram do varal as roupas estendidas
Elas caíram do varal


Predicado
O estudo da predicação diz respeito à forma como “se comporta o movimento semântico dos verbos, quando têm carga de sentido que se concentra em si mesmos ou que se dirige, necessariamente, para um ou mais de um complemento obrigatório” (Sautchuk, 2004, pág. 68).

Há alguns verbos em português que não possuem carga semântica alguma, apenas ligam os termos da oração. Estes verbos são chamados copulativos (ou cópula) e equivalem àqueles denominados pela gramática tradicional verbos de ligação (VL). Como não carregam sentido em si, necessitam de complemento obrigatório e o termo que vem complementar-lhe é o predicativo do sujeito (PS). No entanto, o predicativo do sujeito pode vir a ser complemento acessório de verbos significativos, complementando obrigatoriamente apenas os verbos copulativos.

O predicativo do sujeito é sempre representado por um sintagma autônomo e é de natureza adjetiva embora possa ser representado por um SN ou SP além do SA.

Vejamos alguns exemplos:

Maria está doente.
           VL     PS

Aquela linda garotinha brincava feliz.
                                   VI          PS

Verbos intransitivos possuem sentido completo, ou seja, não necessitam que outro termo venha complementar-lhe. A posição C, do SVC, neste caso, pode ficar vazia trazer um complemento acessório.

A lua brilhava.
            VI

As estrelas brilhavam lindamente.
                      VI

Há também os verbos transitivos que possuem parcialmente o sentido em si mesmo e por isso necessitam de complementos obrigatórios que venham completar-lhe.
Os verbos transitivos diretos (VTD) são complementados por objetos diretos (OD) - não regidos por preposição. Estes são representados por SN’s internos.

Roberto amava sua mãe.
             VTD        OD


Já os verbos transitivos indiretos VTI são complementados por termos regidos por preposição, os objetos indiretos (OI). Estes são representados por sintagmas preposicionados.
Há ainda verbos que exigem tanto um OD quanto OI como complementos, são os chamados verbos bitransitivos (VTDI).


Ataxerchers gosta de sua irmã.
                   VTI           OI

Gabriela derrubou o leite no chão.
                VTDI      OD       OI


Existem ainda muitas outras posições na oração ocupadas por sintagmas específicos, mas nos deteremos aqui, uma vez que nosso objetivo e apenas apresentar a forma de análise

No próximo post traremos alguns exemplos das funções desempenhadas pelos visualizados através de diagramas arbóreos.
Até lá!

Sintagmas autônomos e internos


Olá, pessoal!

Hoje veremos algumas qualidades dos sintagmas que serão essenciais para analisarmos mais tarde suas funções dentro da oração. Essas qualidades dizem respeito ao foto de serem os sintagmas autônomos ou internos (dependentes). Como já se pôde observar (principalmente a partir da visualização dos diagramas arbóreos) há sintagmas “maiores” dentro de sintagmas “menores”. Vejamos:







Os Sintagmas autônomos tem seu sentido completo e movimentam-se à vontade na oração. Tomando o SN e o SV que constituem a oração deste exemplo podemos observar sua autonomia:

O meu querido irmão mora na rua de baixo.
              SN                    SV

Mora na rua de baixo o meu querido irmão.
           SV                               SN

Dentro do SV Mora na rua de baixo, há o SP interno Na rua de baixo e dentro deste outro SP interno: de baixo. Os sintagmas internos estão sempre presos à palavras dos sintagmas anteriores.

No próximo post analisaremos as funções específicas que assumem cada sintagma dentro da oração.
Até mais!


Referências
SAUTCHUK, Inez. Prática de Morfossintaxe: Como e por que aprender análise (morfo)sintática. 1º Ed. Barueri: Manole, 2004.

domingo, 18 de novembro de 2012

TRABALHANDO EM SALA DE AULA II

Boa tarde Galera!


Agora que já trabalhamos as classes abertas e fechadas de acordo com os três critérios: Semântico, Morfológico e Sintático, que tal trabalharmos com os alunos, levando em sala de aula, textos que contém diversas classes de palavras funcionando em outras classes. Um ótimo material para trabalhar com os alunos são os textos do Luís Fernando Veríssimo. Além de serem textos divertidos, são muito ricos nestes aspectos.Abaixo, temos um exemplo de texto do Fernando Veríssimo que seria ótimo trabalharmos com os alunos.


Chegou o verão!

Verão também é sinônimo de pouca roupa e muito chifre, pouca cintura
e muita gordura, pouco trabalho e muita micose.

Verão é picolé de Kisuco no palito reciclado, é milho cozido na água
da torneira, é coco verde aberto pra comer a gosminha branca.

Verão é prisão de ventre de uma semana e pé inchado que não entra no
tênis.

Mas o principal ponto do verão é.... A praia!

Ah, como é bela a praia.

Os cachorros fazem cocô e as crianças pegam pra fazer coleção.

Os casais jogam frescobol e acertam a bolinha na cabeça das véias.

Os jovens de jet ski atropelam os surfistas, que por sua vez, miram a
prancha pra abrir a cabeça dos banhistas.

O melhor programa pra quem vai à praia é chegar bem cedo, antes do
sorveteiro, quando o sol ainda está fraco e as famílias estão
chegando.

Muito bonito ver aquelas pessoas carregando vinte cadeiras, três
geladeiras de isopor, cinco guarda-sóis, raquete, frango, farofa,
toalha, bola, balde, chapéu e prancha, acreditando que estão de
férias.

Em menos de cinquenta minutos, todos já estão instalados, besuntados
e prontos pra enterrar a avó na areia.

E as crianças? Ah, que gracinhas! Os bebês chorando de desidratação,
as crianças pequenas se socando por uma conchinha do mar, os
adolescentes ouvindo walkman enquanto dormem.

As mulheres também têm muita diversão na praia, como buscar o filho
afogado e caminhar vinte quilômetros pra encontrar o outro pé do
chinelo.

Já os homens ficam com as tarefas mais chatas, como furar a areia pra
fincar o cabo do guarda-sol.

É mais fácil achar petróleo do que conseguir fazer o guarda-sol ficar
em pé.

Mas tudo isso não conta, diante da alegria, da felicidade, da
maravilha que é entrar no mar!

Aquela água tão cristalina, que dá pra ver os cardumes de latinha de
cerveja no fundo.

Aquela sensação de boiar na salmoura como um pepino em conserva.

Depois de um belo banho de mar, com o rego cheio de sal e a periquita
cheia de areia, vem àquela vontade de fritar na chapa.

A gente abre a esteira velha, com o cheiro de velório de bode, bota o
chapéu, os óculos escuros e puxa um ronco bacaninha.

Isso é paz, isso é amor, isso é o absurdo do calor!!!!!

Mas, claro, tudo tem seu lado bom.

E à noite o sol vai embora.

Todo mundo volta pra casa tostado e vermelho como mortadela, toma
banho e deixa o sabonete cheio de areia pro próximo.

O shampoo acaba e a gente acaba lavando a cabeça com qualquer coisa,
desde creme de barbear até desinfetante de privada.

As toalhas, com aquele cheirinho de mofo que só a casa da praia
oferece.

Aí, uma bela macarronada pra entupir o bucho e uma dormidinha na rede
pra adquirir um bom torcicolo e ralar as costas queimadas.

O dia termina com uma boa rodada de tranca e uma briga em família.

Todo mundo vai dormir bêbado e emburrado, babando na fronha e
torcendo, pra que na manhã seguinte, faça aquele sol e todo mundo
possa se encontrar no mesmo inferno tropical...


Num primeiro momento, pediríamos que trabalhassem em grupo e que achassem adjetivos no texto, funcionando como sujeito ou adjetivo modificando/intensificando o verbo, sujeito, adverbio e o próprio adjetivo. Após os alunos identificarem, podemos pegar as frases em que eles identificaram e montarmos a árvore arbórea, assim eles terão uma visualização mais clara do conteúdo. Em relação aos verbos, poderíamos trabalhar com os alunos, num primeiro momento explicando para eles o que é "Cópula", imprimindo também uma lista com todos os verbos que são classificados como Cópula, e também mostrando o porquê esses verbos recebem essa classificação. Outro assunto interessante para trabalharmos com os alunos antes das construções das arvores, seriam os verbos pronominais. Agora que eles já conhecem sobre os verbos, podemos iniciar os exercícios para que testem o conhecimento sobre o verbo.

# Para facilitar ao aluno na construção da árvore, os professores poderiam sugerir que eles separassem as frases em sintagmas e classificassem todas as palavras. Depois que já tivesse feito essa divisão das palavras, eles poderiam construir suas árvores com mais convicção.

' Agora que já trabalhamos com os alunos os sintagmas, tendo um bom conteúdo para aplicarmos as provas. Seria interessante que eles lessem o livro abaixo, assim terão uma base teórica para reforçar seus conhecimentos e que possivelmente, o professor cobrará na prova. São textos claros para iniciantes que também possam tirar suas dúvidas sobre as arvores e as suas construções.

(SILVA, M. Cecília P. de Souza e KOCH, Ingedore Villaça. Linguística Aplicada ao Português; Morfologia.
São Paulo: Cortez, 1987)


Até mais Pessoal!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

FICA A DICA IV

Gente, aqui vai uma dica bem legal!




Escreva no youtube: PALAVRA PUXA PALAVRA.


Você terá acesso a inúmeros vídeos educativos. São vídeos de rápida duração com explicações de conteúdos de forma bem criativa. A professora idealizadora desse projeto está de parabéns juntamente com sua equipe (MultiRio). São muitos os temas: CONTOS, FIGURAS DE LINGUAGEM, CRÔNICA, GÊNEROS TEXTUAIS, CONCORDÂNCIA NOMINAL, entre outos.





Vale a apena conferir!






FICA A DICA III

Olá galerinha, estamos aqui para mais uma dica. Hoje trataremos do assunto já abordado numa postagem anterior: SINTAGMA ADJETIVAL. Nas frases, esse sintagma pode assumir a função de adjunto adnominal, predicativo ou complemento nominal, e tem como núcleo um ADJETIVO. Exemplo:

O alegre encontro começou à tarde. (sintagma adjetival com função sintática de adjuneto adnominal)
A professora é linda e elegante. (sintagma adjetival com função sintática de predicativo)

O quê? Até entendeu o que é um sintagma adjetival, mas não sabe identificar adjetivos nas frases?

Abaixo vai dois jogos online sobre adjetivos para refrescar a mente.




Com o aumento das tecnologias, precisamos ficar espertos e usá-las ao nosso favor. Muitos jogos educativos já foram lançados e outros ainda estão por vir. Sempre procure jogos do conteúdo que está estudando na internet. É uma forma divertida, inteligente e descontraida de aprender.


Até a próxima!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012


Os Sintagmas Adjetival e Verbal

Olá!

            Continuando nossas reflexões em morfossintaxe, apresentaremos agora o SA (Sintagma Adjetivo) e o SV (Sintagma Verbal).


Sintagma Adjetival

            O Sintagma Adjetival (SA) tem como elemento base um adjetivo e pode ser precedido por intensificadores e/ou sucedido por modificadores do tipo SP. O próprio SA tem, também, função modificadora.






Sintagma Verbal

            O Sintagma Verbal tem o verbo ou a cópula (verbos de ligação) como núcleo e a estes podem acrescentar-se SN, SA e/ou SP.






Dos sintagmas analisados, aqueles que têm o papel de constituintes obrigatórios da oração são o Sintagma Nominal e o Sintagma Verbal. Dito isso, toda a oração deverá sempre conter SN e SV, mesmo que em alguns casos o SN não esteja lexicalizado, como no exemplo abaixo:





E por hoje é só,

Abraços! 






terça-feira, 13 de novembro de 2012


Oi, gente!

Hoje trouxemos algumas siglas que já foram utilizadas em posts anteriores e outras tantas mais que serão usadas daqui para frente. Esta lista irá ajudar na compreensão das reescrituras simbólicas (como os diagramas arbóreos) em nosso estudo.
A maioria das siglas aqui expostas foram extraídas de SAUTCHUK (2004).

A.            -  aposto
A. ADN. -  adjunto adnominal
A. ADV. -  adjunto adverbial
adj.         -  adjetivo
adv.        -  advérbio
C            -  complemento
CN         -  complemento nominal
cóp.       -  cópula
det.        -  determinante
intens.   -  intensificador
MOD     -  modificador
N            -  nome
OD         - objeto direto
OI           - objeto indireto
PO         - predicativo do objeto
pós-det.- pós-determinante
pré-det. - pré-determinante
pro.       - pronome
prep.     - preposição
PS        - predicativo do sujeito
S           - sujeito
SA        - sintagma adjetival
SN        - sintagma nominal
SP        - sintagma preposicionado
SV        - sintagma verbal
O          - oração
V          - verbo
VI         - verbo intransitivo
VL       -  verbo de ligação
VTD    -  verbo transitivo direto
VTDI   -  verbo transitivo direto e indireto
VTI      -  verbo transitivo indireto


Pessoal, esperamos que tenham gostado e aproveitem estas informações,
Abraços!

domingo, 4 de novembro de 2012

TRABALHANDO EM SALA DE AULA!

Olá Pessoal.

Depois de lermos as postagens e dicas abaixo, surge em nós a pergunta. Como trabalhar esse conteúdo em sala de aula?

Veja a nossa proposta de como poderemos levar essa concepção de gramática á sala de aula.


Ao levar essa nova concepção de gramatica a escola, deve-se primeiramente trabalhar junto aos alunos, as classes fechadas e abertas, explicitando de acordo com os três critérios: Semântico, Morfológico e Sintático, onde ocorre o maior ou menor funcionamento das definições. O aluno tendo o conhecimento sobre a definição poderá ver as divergências dessas teorias nas praticas de analise. Propomos aos professores levar as musicas abaixo e outras que explicitam cada classe gramatical, tanto as abertas quanto as fechadas. Propor um trabalho entre os alunos que apresentem essas classes na visão dos três critérios, e explicarem quais, na opinião deles, são mais coerentes e o que os levaram a chegar nesta conclusão.Após trabalhar com os alunos sobre as classes e as definições nos três aspectos, pode se abordar a morfossintaxe, apresentarem aos alunos e explicar o que são os sintagmas, quais são os sintagmas, como identificamos todos os sintagmas, quais são os núcleos de cada sintagma. O aluno tendo o conhecimento prévio sobre os sintagmas ficará mais compreensível, quando o professor apresentar a árvore arbórea. Ressalto que neste primeiro momento, o professor deve focar nos sintagmas nominais e preposicionados, para que eles treinem o reconhecimento deste sintagma, suas estruturas e funcionalidades, para que possa progredir de forma eficaz, já que nos demais sintagmas a presença deste será fundamental, como nos sintagmas preposicionados.Após os alunos terem já conhecimento sobre essas classes, e o professor explicar a importância da árvore arbórea e a sua estrutura, é interessante o professor já iniciar com os alunos os exercícios de aplicação sobre essa matéria, para que eles tentam construir suas próprias arvores. Quanto o professor analisar que o aluno já tem uma facilidade em construir as árvores e fazer as comutações, poderão prosseguir aos proximos sintágmas.

Até mais!!!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

FICA A DICA II

Olá galera,

Na última postagem de dicas, foi descrito sobre sintagma nominal. Para relembrar, abaixo vai o link de um vídeo postado na internet sobre nomes/substantivos. Sempre que for estudar algum conteúdo, pesquise na internet o que já tem sobre ele. Assim, você terá mais facilidade para aprender.




Agora, vamos discutir sobre o SINTAGMA PREPOSICIONAL (SP). Os SPs São  formados por preposição +  SN ou   por preposição + advérbio.



Exemplos. 
A  PORTA  DO  QUARTO  ESTÁ  FECHADA.
FLORES  DE LARANJEIRA  PERFUMAM  A  RUA  DE  CASA.
SAIA  JÁ  DAQUI. (de + aqui)





O  quê?  Não  lembra  das  preposições? Abaixo  vai  uma  música  para  refrescar  sua   memória. Cante, dance  e  aprenda!







Para fixar: destaque todos os sintagmas nomianis do texto abaixo.


As  preposições  são  palavras  invariáveis,  pois  não  sofrem  flexão  de  gênero, número  ou variação em  grau  como  os  nomes, nem  de  pessoa,  número,  tempo,  modo,  aspecto  e  voz  como  os   verbos. No  entanto,  em  diversas  situações as  preposições  se  combinam  a outras  palavras  da  língua (fenômeno  da  contração) e,  assim,  estabelecem  uma  relação  de  concordância  em  gênero  e número  com  essas  palavras  às  quais  se  ligam.  Mesmo  assim,  não  se  trata  de  uma  variação própria  da  preposição,  mas  sim  da  palavra com a qual  ela se funde.


Até  a  próxima,  gente!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Fica a Dica I

Olá gente,

A dica de hoje é para você aprender a identificar os sintagmas nominais (SN).

Revisando! O SN é formado por um nome (núcleo).

Que nome é esse? É claro que a classe gramatical chamada SUBSTANTIVO. E para lembrar so conceito e refrescar a mente com uns exemplos, aí vai uma música de autoria da banda Sujeito Simples.




Depois de ouvir, cantar e aprender. Abaixo vai um exercício para testar o que você aprendeu!!!

* Leia o texto e retire os substantivos (nomes) presentes. O texto foi tirado do blog letrasemdestaque.blogspot.com.br 



Você já reparou que tudo o que o ser humano imagina e cria (ou não) acaba sendo nomeado? É sim! Vamos ver:

Se uma pessoa imagina uma criatura toda molenga, gosmenta, de cor verde-abacate, com um olho no meio da barriga... acho que a chamaria de monstro! Mas, talvez, essa pessoa batizasse seu monstrinho de "Tuluca". Então, além de ser um monstro, chama-se Tuluca. Mas o Tuluca existe? Que eu saiba não, porque eu mesma é que acabei de inventá-lo. Para mim, no entanto, passou a existir na minha imaginação, só que eu preciso dar um nome (monstro) para que as outras pessoas a quem eu contar isso consigam compreender do que eu falo. A mesma coisa acontece com outras criações humanas: fadas, elfos, gnomos. Existindo só na imaginação ou não, essas criaturas são conhecidas por seus nomes "genéricos" de fadas, elfos e gnomos.
Cada um deles também pode ter um nome só seu, como Fada Azul, Elfo Grimmon, Gnomo dos Trevos.

A Organização Frasal: Os Sintagmas Nominal e Preposicionado

Como foi dito anteriormente, objetivo do nosso blog é trazer as atualizações teóricas na área da (morfo)sintaxe, tendo por base as orientações da Gramática Gerativa Transformacional, de Noam Chomsky, e propor reflexões para seu ensino em salas de aula do ensino médio.
            Para começar nossas reflexões falaremos da estrutura da frase. Conforme Koch & Silva (1996), “toda frase de uma língua consiste em uma organização, uma combinação de elementos lingüísticos agrupados segundo certos princípios, que a caracterizam como uma estrutura”. Ainda segundo as autoras citadas, por trás da aparente diversidade que pode haver entre as tantas frases da língua, todas obedecem a princípios de organização interna bem definidos.
            Para evidenciar esta estrutura de que nos falam as autoras, temos de decompor a frase/oração em unidades menores, e substituir estas unidades, por aquelas equivalentes, que desempenham a mesma função. Este procedimento denomina-se comutação.

Ex: Maria está na casa da vizinha.
     Você fará o relatório como a professora pediu.
    Aquela menininha de cabelo loiro gosta de doce de leite.



 

            Estes subconjuntos, são blocos significativos e possuem equivalência entre si, pois a troca de um pelo outro, não destrói a integridade das orações, como demonstraram os exemplos. A estes blocos, ou unidades significativas, chamamos sintagmas.
            Os sintagmas são compostos de um ou mais termos que possuem ordem e interdependência. Constituem-se de um núcleo (que sozinho pode formar o sintagma) e outros elementos que a ele podem se subordinar.
            Como aponta Sautchuk (2004), na hierarquia gramatical de unidades lingüísticas, os elementos imediatamente inferiores à oração são os sintagmas, não as palavras:

Morfema à Palavra à Sintagma à Oração/ Frase à Texto


Sintagma Nominal

 O Sintagma Nominal (SN) tem por elemento nuclear e obrigatório um nome, ou dito de outra forma, uma palavra substantiva. Juntamente ao núcleo operam facultativamente elementos determinantes e modificadores.

           Sintagma Preposicionado

            O Sintagma Preposicionado (SP) é constituído de uma preposição + Sintagma Nominal,



                                              
Ou de um advérbio, pois este possui também, função modificadora como a estrutura anterior:



             Nos próximos posts, iremos conhecer os demais sintagmas (adjetival e Verbal), suas funções e analisar como constituem os períodos oracionais simples.


Até mais!!


terça-feira, 23 de outubro de 2012

INTRODUÇÃO




Esta poesia concreta de Augusto de Campos retrata que podemos mudar e transformar o que quisermos. Contudo, quando tentamos relacionar esta poesia ao ensino de Língua materna (Portuguesa) nos deparamos com a ausência de avanços no ensino que ainda utiliza as antigas e antiquadas concepções da gramática normativa.  Para fins de definição, Possenti em seu livro “Por que (não) ensinar gramática nas escolas”, conceitua sobre a gramática normativa:

“... conjunto de regras que devem ser seguidas — é a mais conhecida do professor de primeiro e segundo graus, porque é em geral a definição que se adota nas gramáticas pedagógicas e nos livros didáticos. Com efeito, como se pode ler com bastante frequência nas apresenta­ções feitas por seus autores, esses compêndios se destinam a fazer com que seus leitores aprendam a "falar e escrever corretamente"’’.

Essa gramática normativa é muito conhecida dos alunos e ex-alunos, principalmente nos ensinos de morfologia e sintaxe. Partiremos para as relexões sobre esses dois níveis da Linguística.

Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras. O ensino de morfologia unificado está ao normativismo, levando o aluno à decoração de qual classe gramatical pertence tal palavra, sem nenhuma reflexão crítica sobre o seu funcionamento. Observe a situação abaixo como exemplo:

1 O verde está na moda.

2 Meu vestido é verde.

 Em uma aula de morfologia, a professora utiliza o exemplo 2 (dois) para o estudo do adjetivo e fala:

 - Verde é um adjetivo, pois qualifica o substantivo vestido.

Um aluno dessa professora faz a seguinte pergunta: - Professora, verde sempre será um adjetivo?

- Normalmente será – responde a professora.

Na avaliação de morfologia, a professora utiliza os dois exemplos citados em um exercício para dizer à qual classe gramatical pertencem as palavras grifadas. Logicamente, o aluno escreve na prova que a palavra verde nas duas frases é adjetivo. Na correção da avaliação, o aluno percebe que errou na classificação do exemplo 1 (um) e sem fazer nenhuma reflexão crítica, pergunta para a professora:

- Por que na frase “O verde está na moda”, verde não é um adjetivo?

 - Pelo fato, que nesta frase, “verde” é um substantivo.

O aluno não entende a razão de  que em um caso verde é um substantivo e em outro é um adjetivo.

Esta situação é comum entre os alunos, pois as aulas de morfologia são transformadas em aulas de decoração sem se fazer as reflexões que as palavras, principalmente as de inventário aberto, pode mudar sua classificação a partir do contexto em que são inseridas.

Perini em seu livro “Sofrendo a gramática”, no capítulo 5 “O adjetivo e o ornitorrinco (dilemas da classificação das palavras)”, retrata esse problema de classificação de palavras: semelhante ao Ornotorrinco (animal de difícil classificação por suas especifidades [animal mamífero que é um passáro que bota ovo]). Perini dá alguns exemplos:

(1)   a. Uma palavra amiga (qualidade)

b. Um amigo fiel (nome de coisa)

    (2) a. Uma menina magrela (qualidade)

        b. Essa magrela (nome de coisa)

   (3) a. Um homem trabalhador (qualidade)

        b. Os trabalhadores (nome da coisa)

E podemos aumentar a lista:

(4) O diamante brilha na caverna (“brilha” é um verbo ou adjetivo?)

(5) A carne é fraca (“A” é um artigo defino no feminino ou um artigo indefinido feminino?)

(6) A altura das ondas impressionou o surfista (“altura” é um substantivo?)

Respostas:

(4) Brilha funciona, neste casa como um adjetivo, pois caracteriza o substantivo diamante.

(5) “A” neste caso é um artigo indefinido no feminino, pois não determina qual é a carne fraca.

(6) Altura está funcionando como um substantivo, pois é o sujeito da oração.

Sintaxe é o estudo da disposição das palavras, nas frases, nas orações e no discurso bem como a relação lógica que dão entre si. Antes de iniciarmos as reflexões sobre a sintaxe, cemeçemos com um fragmento do prefácio do livro “Práticas de Morfossintaxe – Como e por que aprender análise (morfo) sintática” de Inez Sautchuk:

Quando era professora de Língua Portuguesa, ainda no Ensino Fundamental e Médio, sempre havia, em sala de aula, momentos inevitáveis nos quais era iso “ensinar análise sintática”. Aos pucos, comecei a questionar a própria utilidade de um ensino mecânico e repetitivo, pautado por uma nomemclatura complicada e por uma sequência exaustiva de exercícios e mais exercícios em forma de orações “com termos grifados”. Sem que nenhum aluno me questionasse, passe a me perguntar o porquê de tudo aquilo.

Insatisfeita com a limitação dos próprios exercícios e com a redundância e a ineficienciência de “macetes” para encontrar o sujeito ou o objeto direto de uma oração, ou classificar este ou aquele verbo como transitivo ou intransitivo, compartilhava, secretamente, com a maioria de meus alunos, certa aversão por esse tipo de estudo.

Ao mesmo tempo, irritavam-me as constantes imperfeições com que os alunos se expressavam por escrito. Por que períodos tão confusos ou tão obscuros? Por que tanta incapacidade ou impossibilidade de se expressarem com clareza e eficiência em suas redações? Não lhes eram suficientes as tantas regras de gramática e as tantas aulas e exercícios de análise sintática que os vinham perseguindo por anos a fio?”SAUTCHUK (2010, pg. XV/ XVI).

Este trecho extraído do livro de Inez Sautchuk coaduna-se com a declaração de que o ensino da sintaxe está muito atrasado, com vários dogmas desnecessários e nomenclaturas complicada que tornam árduo o processo de aprendizagem. No ensino normativo de sintaxe é praticamente zero o número de alunos que aprendem sem ficar horas a fio decorando termos como: predicado, aposto, objeto direto, indireto, verbo transitivo, intransitivo, regência, orações subordinadas etc... , ou seja, o ensino da sintaxe se tornou apenas “decoração de termos e nomemclaturas” .

Nos últimos sessenta anos, a Línguistica avançou em seus estudos, propondo novas formas de estudos, inclusive na morfologia e na sintaxe:

Nível morfológico – aprimoramento dos estudos das classes de gramática a partir dos critérios morfológico, sintático e semântico.

Nível sintático – aprimoramento dos estudos a partir das teorias da Gramática Gerativa de Noam Chomksy. A Gramática Gerativa foi publicada na década de 1950.

O nosso intuito neste blog é estudar e trazer novos rumos para o ensino da morfossintaxe. Morfossintaxe é o estudo da palavra sob os níveis morfológicos (formação e classe gramatical à qual pertence) e os níveis sintáticos (função sintática que exerce na oração). Vamos aprimorar o conhecimento sobre morfossintaxe a partir do trecho do texto de Vânia Duarte, veiculado no site “Brasil escola”:

Na sua vida escolar você aprendeu (ou talvez ainda continue aprendendo) sobre os distintos fatos linguísticos, dentre eles: substantivo, adjetivo, sujeito, predicado, adjunto adverbial, etc. Contudo, é bem provável que não tenha aprendido como tais assuntos se dividem dentre as partes da gramática, tampouco acerca do que realmente seja morfossintaxe. Em razão disso, dispomo-nos a levar os conhecimentos necessários sobre um assunto de tamanha importância – muitas vezes cobrado em provas de concursos e exames de vestibulares.

Desta feita, a morfossintaxe nada mais é do que a análise morfológica e sintática, realizada simultaneamente. Mas para que sua compreensão seja efetivada de forma plausível, faz-se necessário entender, antes de tudo, que a análise morfológica diz respeito às dez classes gramaticais; e a análise sintática faz referência às funções desempenhada por uma dada palavra, estando ela inserida num contexto oracional”.

 Referências:
PERINI, M. Sofrendo a Gramática - O adjetivo e o ornitorrinco (dilemas da classificação das palavras). São Paulo: Ática, 1997
POSSENTI, P. Por que (não) ensinar gramática. São Paulo: Mercado de Letras,2010
SAUTCHUK, I. Prática de Morfossintaxe: como e por que aprender análise (morfo) sintática - 2ª ed. São Paulo, Manole, 2010.